sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A árvore da discórdia.

      

      Tudo começou em uma praça linda, grande, repleta de árvores belíssimas, flores com aromas encantadores e um gramado maravilhoso, limpo e conservado, onde muitas pessoas por ali circulavam e reuniam-se para longos bate papos servidos com um suposto delicioso chá da tarde.
      Porém, infelizmente com o passar dos tempos, a árvore que sempre foi tão bela e viçosa, estranhamente começou a murchar suas folhas tendo também, seus galhos a secarem.
      Nenhuma das senhoras simpáticas, de sorriso fácil, farto e falso, cujo principal passa-tempo era falar da vida alheia de todas as pessoas que por ali circulavam, havia notado que a árvore estava com aquela aparência, triste, murcha e morrendo aos poucos.
      Todos os dias, o assunto era o mesmo, rigorosamente o mesmo. A vida das pessoas.
      Falavam dos filhos, namoradas, namorados, maridos, esposas, bichos de estimação e tudo mais de podre que existe entre o ciúme a inveja e a maldade que pode desferir-se através das palavras. E assim elas seguiam seus longos e "produtivos" dias com os tais assuntos.
      A belíssima árvore que teve por muitos anos, centenas de pessoas que dela desfrutavam de sua sombra nos dias de calor intenso, suas frutas para quem as desejasse e seu conforto para recostar nos momentos de cansaço dos seres que por ali transitavam,  hoje castigada e com seus dias de vida contados, resolveu tomar uma atitude drástica, séria e imediata. 
      Estava farta de passar seus momentos tendo como adubo principal, a discórdia, a inveja, a íra e todo tipo de comentários maldosos das tais senhorinhas. 
      Novo dia, o ritual "satânico" começava a se formar em sua base. Chegavam com suas cadeiras e antes mesmo de sentarem-se já tinham um assunto na ponta de suas ferozes línguas. Hora de agir, conforme havia se preparado a árvore.
      Assunto vai, assunto vem e ela começava a soltar pingos, diversos pingos de água, que traduziam suas lágrimas perante a tudo que ela presenciava, outrora, abria seus galhos para que o sol as fossem deixando-as incomodadas, sem contar que utilizava suas raízes para dificultar a passagem destas pessoas.
      Dia após dia, ela foi repetindo o seu ritual e aos poucos a aglomeração destas pessoas que ali se formavam, foram tomando outro destino, deixando a árvore seguir sua vida e reestabelecendo a normalidade de sua belíssima forma, justo como a natureza merece. 

""Afaste-se de pessoas com este poder destrutivo e tente encontrar um novo rumo a sua vida. Verás que o sorriso e alegria voltarão naturalmente às suas vidas""




                          @Fabio_Oliveira_                     

 

              

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